Homem invade escola no Rio e mata 11 crianças

Doze pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas na manhã desta
quinta-feira (7) na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo,
zona oeste do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo
relações-públicas do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Evandro Bezerra. De
acordo com a Polícia Militar, um homem, identificado como Wellington Menezes de
Oliveira, de 23 anos, invadiu a instituição de ensino por volta das 8h e
disparou contra alunos e funcionários.
Segundo o
Corpo de Bombeiros, entre os mortos estão dez meninas, um menino e o autor dos
disparos. Os feridos - 10 meninos e 3 meninas - foram encaminhadas para o
Hospital Estadual Albert Schweitzer, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes,
Hospital Universitário Pedro Ernesto, Instituto Nacional de Traumatologia e
Ortopedia e Hospital Central da Polícia Militar.
A direção da escola informou que o
homem - que era um ex-aluno - se passou por um palestrante para entrar na
instituição de ensino. A escola está completando 40 anos e alguns ex-alunos têm
ido ao local dar depoimentos aos atuais estudantes. Segundo testemunhas,
Wellington estava com duas armas e munição profissional. Com o início do
barulho dos tiros, houve muita gritaria e os professores trancaram as portas
das salas para proteger os alunos.
Quando estavam indo para o terceiro
andar da escola, o atirador teria se deparado ainda dentro da escola com um
sargento da Polícia Militar. O soldado participava de uma blitz do Detro na
região para apreender vans piratas quando foi avisado por duas crianças
feridas. O policial teria pedido para Wellington se render. Como o mesmo não
respeitou, o sargento deu um tiro no abdômen do suspeito. Logo depois, o
atirador caiu e se matou com um disparo na cabeça. "A tragédia poderia ter
sido pior", avaliou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário
Sérgio Duarte.
De acordo com a Secretaria Municipal
de Educação, 400 alunos do Ensino Fundamental com idades entre 9 e 14 anos
estudam na escola municipal no turno da manhã. Por conta do ocorrido, a
movimentação foi intensa na manhã desta quinta-feira em frente à instituição de
ensino. A rua onde fica localizada a escola segue interditada e policiais
militares do 14º BPM (Bangu) estão no local. Ainda não há informações sobre o
que teria motivado o crime. O atirador não tinha antecedentes criminais.
O subprefeito da zona oeste, Edmar
Teixeira, informou que Wellington deixou uma carta antes de praticar o crime.
No documento, que foi entregue à Divisão de Homicídios da Polícia Civil, o
homem relatou que era portador do vírus HIV. "Na carta, ele dava indícios
de que era uma pessoa desequilibrada. Em alguns trechos, escreveu que não tinha
mais vontade de viver e citou os nomes de alguns professores e alunos",
contou o subprefeito.
O carteiro Ercílio Antunes, de 44
anos, mora em frente à escola e estava indo para o trabalho quando o tiroteio
teve início. "Ouvi muitos gritos e disparos. Logo depois, surgiram
crianças correndo e entraram na minha casa, que estava com a porta aberta. Elas
estavam chorando, amedrontadas e sujas de sangue. Pensei em ir ao colégio, mas
ao ouvir mais disparos, eu voltei. Poderia ter sido outra vítima",
relatou.