Arauco avalia escoar 3,5 milhões de toneladas de celulose pela hidrovia Paraná-Tietê

Arauco avalia escoar 3,5 milhões de toneladas de celulose pela hidrovia Paraná-Tietê

Arauco avalia escoar 3,5 milhões de toneladas de celulose pela hidrovia Paraná-Tietê - Arauco: Projeto Sucuriu
Arauco: Projeto Sucuriu - Foto: Divulgação
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A chilena Arauco, responsável pelo projeto da megafábrica de celulose em Inocência (MS), estuda alterar sua estratégia logística para o escoamento da produção. Apesar de já ter obtido autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para construir um ramal ferroviário de 47 quilômetros entre a planta e a malha da Ferronorte, a empresa considera utilizar a hidrovia Paraná-Tietê como rota principal para transportar as 3,5 milhões de toneladas anuais previstas a partir do fim de 2027.

O plano inicial previa R$ 2,4 bilhões em investimentos extras: R$ 1 bilhão na construção da ferrovia e R$ 1,4 bilhão na aquisição de 23 locomotivas e cerca de 750 vagões. A ideia era formar sete composições de 100 vagões cada, transportando diariamente até 9,6 mil toneladas de celulose.

Agora, uma nova alternativa logística está em análise: levar a produção por caminhões até Três Lagoas (cerca de 130 km) e, de lá, utilizar a hidrovia Paraná-Tietê até Pederneiras (SP), num percurso de 450 km, antes de seguir mais 550 km por trilhos até o Porto de Santos.

Sustentabilidade e custos em jogo

Segundo a companhia, a hidrovia apresenta vantagem ambiental e de custo. A adoção dessa rota poderia retirar 6 mil caminhões por mês das estradas, reduzindo em até 80% as emissões de CO?. O transporte ferroviário, por sua vez, já representa uma queda de 60% nas emissões em relação ao modal rodoviário, reforçando a estratégia de sustentabilidade da Arauco.

O desafio, entretanto, está nos custos e impactos dos múltiplos transbordos necessários, algo que ainda depende de estudos de viabilidade em andamento.

Expansão futura

A logística também leva em conta a possibilidade de ampliar a produção para até 5 milhões de toneladas por ano, conforme previsto na licença de instalação do projeto Sucuriú. A Arauco já recebeu da ANTT a autorização para atuar como Agente Transportador Ferroviário (ATF), o que permite à empresa operar sua própria malha até Santos.

Além da celulose, o plano prevê o transporte de trens de madeira, insumos líquidos e até contêineres, consolidando um corredor logístico de longo prazo.

Vale da Celulose

Com a fábrica de Inocência, orçada em R$ 25 bilhões, Mato Grosso do Sul se consolida como maior polo produtor de celulose do Brasil. O estado vai saltar de 7,6 milhões de toneladas anuais para cerca de 11 milhões de toneladas com a entrada em operação da planta, prevista para o último trimestre de 2027.

A região já abriga a fábrica da Suzano, inaugurada em 2024 em Ribas do Rio Pardo, e a Eldorado, que projeta duplicar sua produção em Três Lagoas. A Bracell também anunciou para fevereiro de 2026 o início da construção de uma nova unidade em Bataguassu.

No total, o Brasil produziu 24,3 milhões de toneladas de celulose em 2023, segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), sendo 21,3 milhões de fibra curta de eucalipto. As exportações renderam US$ 12,7 bilhões, com 18 milhões de toneladas embarcadas.

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