Araçatuba lança ação inédita com o Creci para vistoriar imóveis fechados e combater a dengue

Uma força-tarefa inédita entre a Secretaria Municipal de Saúde de Araçatuba e o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP) vistoriou 149 imóveis fechados na cidade em uma ofensiva direta contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus.

O resultado preocupa: em 23,5% das propriedades foram encontradas larvas do mosquito, principalmente em ralos, vasos sanitários e caixas de gordura. Outros 67,1% tinham recipientes com água parada, mas sem focos de larvas, sendo eliminados pelas equipes.

Como foi a operação

Durante os quatro dias de trabalho, de 10 a 13 de junho, os agentes de saúde realizaram controle químico com larvicida nos criadouros identificados, inclusive nos locais onde ainda não havia larvas. Os vasos sanitários foram vedados para evitar novos focos. Já os fiscais do Creci-SP instalaram tapa-ralos nos banheiros e fixaram um selo de vistoria em cada imóvel inspecionado, comprovando a realização da ação.

O trabalho envolveu 20 agentes de combate às endemias e 10 fiscais do Creci, vindos especialmente da capital paulista. A ação foi acompanhada por representantes das imobiliárias locais, responsáveis pela abertura dos imóveis.

Modelo que deve se expandir para outras cidades

O chefe do Departamento de Delegacias do Creci-SP, Marco Aurélio Rios Fernandes, destacou que essa foi a primeira vez que o órgão participou diretamente de uma ação dessa natureza. Segundo ele, o modelo de Araçatuba será usado como referência para futuras operações em outros municípios paulistas.

“A ação foi extremamente produtiva e trouxe conscientização para a classe dos corretores de imóveis sobre a importância de colaborar com o combate ao mosquito”, afirmou.

Situação da dengue em Araçatuba

Os números de casos de dengue na cidade continuam altos. De 1º de janeiro até o dia 13 de junho, Araçatuba já registrou 10.118 casos confirmados da doença e nove mortes. Também foram contabilizados 37 casos de chikungunya, sem registros de óbitos, e nenhum caso de zika vírus até o momento.

Imóveis fechados: um desafio para o controle da dengue

A diretora da Vigilância Sanitária e Epidemiológica, Priscila Cestaro, reforçou que imóveis fechados representam um dos maiores desafios no controle do Aedes aegypti. “Com o apoio do Creci e das imobiliárias, conseguimos agir de forma mais eficiente na eliminação dos criadouros”, disse.

O gerente de campo da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), Guilherme Santos, destacou a importância da parceria: “A união de esforços com o setor imobiliário fortaleceu as ações de prevenção e reforça o compromisso da Prefeitura com a saúde pública.”

A Secretaria de Saúde lembra que o apoio da população é fundamental para evitar a proliferação do mosquito. A orientação é simples, mas essencial: eliminar qualquer tipo de água parada e permitir o acesso dos agentes de saúde aos imóveis para as vistorias periódicas.