Araçatuba intensifica combate à dengue com vistorias em imóveis fechados em parceria com o Creci-SP
Araçatuba inicia nesta terça-feira (10) uma força-tarefa inédita para vistoriar imóveis fechados e combater focos do mosquito Aedes aegypti. A ação reúne a Secretaria de Saúde e o Creci-SP e vai até quinta-feira (12), com vistorias em casas desocupadas que estão para venda ou locação, principais obstáculos no enfrentamento da dengue, que já soma mais de 10 mil casos na cidade este ano

A cidade de Araçatuba inicia nesta terça-feira (10) uma força-tarefa de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, com foco especial em imóveis fechados. A ação é resultado de uma parceria inédita entre a Secretaria Municipal de Saúde e o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), diante do agravamento da epidemia de dengue no município.
A operação segue até quinta-feira (12) e mobilizará agentes de combate às endemias, fiscais sanitários, representantes de imobiliárias locais e fiscais do Creci vindos da capital paulista. Eles vão vistoriar imóveis disponíveis para venda ou locação, com o objetivo de eliminar possíveis criadouros do mosquito.
Segundo a diretora da Vigilância Sanitária e Epidemiológica, Priscila Cestaro, as inspeções incluirão medidas como vedação de ralos e aplicação de larvicidas, além da retirada de recipientes com água parada. “A ideia é abrir os imóveis e fazer uma varredura completa. Os imóveis desocupados são hoje os principais entraves ao nosso trabalho de campo”, afirmou.
A iniciativa foi formalizada durante reunião no Salão Azul do Paço Municipal nesta segunda-feira (9), com participação dos departamentos de Atenção Básica, Vigilância Sanitária, Epidemiológica, Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) e representantes do Creci, como os delegados Izaías Bittencourt e Eliana Granjeiro.
De acordo com Guilherme Santos, gerente de campo da UVZ, aproximadamente 50% das visitas domiciliares não são concluídas por conta do acesso restrito a imóveis fechados. “Esses imóveis, com chaves sob responsabilidade das imobiliárias, podem esconder criadouros em vasos, calhas e caixas d'água sem manutenção”, disse.
A cidade soma, até o momento, 10.077 casos confirmados de dengue neste ano, com nove óbitos. Também foram registrados 28 casos de chikungunya, sem mortes, e nenhum caso de zika vírus.
A ação busca não apenas conter a proliferação do mosquito, mas também reforçar a importância da colaboração entre poder público e setor privado no enfrentamento de crises sanitárias. “O Creci está comprometido com a saúde pública e sempre atende aos chamados quando se trata da segurança da população”, comentou o subdelegado regional Aldo Belentani Filho.
O balanço da operação será divulgado após o encerramento da força-tarefa. A expectativa é de que o modelo de cooperação possa ser replicado em outras cidades que enfrentam os mesmos desafios no combate às arboviroses.