Procissão do Bom Jesus da Lapa completa 83 anos e mobiliza milhares de fiéis em Andradina
Tradição de fé: Procissão do Bom Jesus da Lapa chega à 83ª edição em Andradina

A tradicional Procissão Penitencial do Bom Jesus da Lapa será realizada no dia 6 de agosto, quarta-feira, completando 83 anos de história em 2025. O evento religioso é uma das mais antigas manifestações de fé popular da região e carrega um simbolismo profundo para a população de Andradina, sendo celebrado desde os primórdios da fundação do município.
Como de costume, a procissão parte da Paróquia Nossa Senhora das Graças, percorrendo a Estrada Vicinal Emitério Castilho Gimenez até a Capela do Bom Jesus da Lapa, localizada no patrimônio de Paranápolis, a cerca de 6 quilômetros da zona urbana. No local, é celebrada uma missa campal que reúne milhares de devotos.
Para acolher os fiéis, a Prefeitura de Andradina realiza uma série de preparativos, como limpeza geral do patrimônio, reforço na sinalização da estrada e reparos no asfalto da via vicinal. A expectativa é de que cerca de 5 mil pessoas participem da celebração, que conta ainda com quermesse organizada pela comunidade local e programação religiosa coordenada pela igreja católica.
Feriado religioso e raízes históricas
Em respeito à devoção popular, o município decreta feriado a partir do meio-dia, permitindo que os moradores acompanhem a tradição. O evento tem origem no costume trazido pelo casal de baianos Antônio Alves da Silva e Erothildes Neves e Silva, vindos de Paramirim (BA), que trouxeram a devoção ao Bom Jesus da Lapa ao adquirirem terras onde hoje se encontra Paranápolis.
Foi dentro da propriedade do casal que a primeira capela foi erguida, com o apoio de vizinhos e trabalhadores da região. A primeira procissão, ainda nos anos 1940, contou com apenas seis pessoas. Hoje, a caminhada se tornou símbolo de fé, esperança e cultura, mantendo viva a história religiosa de Andradina.
De Andradina à Bahia: o elo com a Romaria mais antiga do país
A devoção ao Bom Jesus da Lapa remonta ao século XVII, quando o monge português Francisco de Mendonça Mar se instalou como eremita em uma gruta no interior baiano. O local logo se transformou em ponto de peregrinação, dando origem à romaria mais antiga do Brasil. Em Andradina, esse legado foi preservado e adaptado com autenticidade, tornando-se uma das maiores expressões de fé popular do interior paulista.