Copersucar perde dois de seus maiores grupos
Copersucar anuncia saída de Pedra e Ipiranga Agroindustrial a partir de 2027

A Copersucar, maior comercializadora global de açúcar e etanol, enfrentará uma mudança significativa em sua estrutura a partir de março de 2027. Os grupos Pedra Agroindustrial e Ipiranga Agroindustrial, respectivamente segunda e quarta maiores acionistas da companhia, comunicaram que não renovarão seus contratos, deixando de integrar o ecossistema da cooperativa. Juntas, as duas associadas detêm 18,7% de participação e possuem oito unidades industriais no Centro-Sul.
A decisão foi confirmada pela própria Copersucar em nota oficial. Segundo a companhia, os grupos justificaram a saída como parte de uma reorientação estratégica, “destacando o desejo em focar seus esforços exclusivamente na produção de açúcar e etanol, excluindo-se, dessa forma, as frentes de diversificação propostas no plano de negócios do Ecossistema Copersucar”.
Estratégias em direções opostas
Fontes ligadas ao setor afirmam que houve um desalinhamento estratégico entre as empresas e a Copersucar. Enquanto a companhia busca ampliar sua atuação para além da produção, investindo em novos mercados e áreas de diversificação, Pedra e Ipiranga decidiram concentrar sua força na operação agrícola e industrial, deixando de lado iniciativas paralelas.
Impacto para o setor
A saída não deve afetar imediatamente o fornecimento de açúcar e etanol no mercado, já que os contratos em vigor só terminam no fim da safra 2026/27. No entanto, especialistas avaliam que o movimento pode alterar o equilíbrio de forças dentro da Copersucar, exigindo readequação na estratégia de comercialização global.
Além disso, a decisão abre espaço para uma reflexão sobre o futuro das parcerias no setor sucroenergético: até que ponto modelos cooperativos, que apostam na integração e diversificação, conseguem manter alinhados grupos de diferentes portes e interesses?
O que vem pela frente
Com a saída da Pedra Agroindustrial e da Ipiranga Agroindustrial, a Copersucar perde não apenas volume produtivo, mas também representatividade no mercado interno. Ainda assim, a companhia segue como líder global, responsável pela maior rede de comercialização integrada de açúcar e etanol.
O desafio, a partir de agora, será recompor seu ecossistema e manter a confiança dos demais associados em um cenário cada vez mais competitivo, marcado por pressões de custo, demanda internacional e novas exigências de sustentabilidade.