Começa 1ª audiência do caso de criança torturada por padrasto

O empresário Maurício Moraes Scaranello, de 35 anos, está preso desde 26 de setembro e a mãe da criança, Sara de Andrade Ferreira, de 21 anos, desde o dia 9 de outubro

Criança morde cebola achando que era maçã (Foto: Reprodução)
Criança morde cebola achando que era maçã (Foto: Reprodução)

Começou, às 10h25 desta sexta-feira (15), a 1ª audiência do caso da menina que era vítima de tortura pelo padrasto em Araçatuba (SP). O empresário Maurício Moraes Scaranello, de 35 anos, está preso desde 26 de setembro e a mãe da criança, Sara de Andrade Ferreira, de 21 anos, desde o dia 9 de outubro. Os dois estão em cadeias de Tremembé (SP) e foram indiciados pelos crimes de tortura e por guardar material considerado pornográfico da criança. As informações são do portal G1/TV Tem.

A audiência está sendo realizada por videoconferência no Fórum de Araçatuba. Foram convocadas oito testemunhas de acusação e 16 de defesa. Nenhuma delas quis dar entrevista. As avós da criança foram convocadas a depor. O pai da criança não compareceu a audiência.

Um dos advogados de defesa, Willian Paula Souza, foi o único a falar com a imprensa e disse apenas que Maurício Moraes Scaranello fazia os vídeos porque queria registrar momentos com a criança. A menina está sob a guarda de tio-avós.

Se condenados, tanto o padrasto quanto a mãe podem pegar de dois a oito anos de prisão por tortura  e dois a quatro anos por fotografar cenas pornográficas da criança.

Relembre o caso

O empresário Maurício Scaranello foi preso na casa onde mora, em um condomínio de luxo em Araçatuba (SP), em 26 de setembro. A polícia disse que a menina estava trancada sozinha dentro de um quarto e que encontrou fotos da enteada nua no celular dele. Os policiais chegaram até o local depois que uma denúncia anônima alertou para a existência de vídeos de possíveis torturas contra a criança.

No celular dele, alguns vídeos com esse conteúdo foram localizados. Em um deles, a menina aparece andando com as pernas amarradas com uma fita adesiva, comendo cebola achando que era maçã e pedindo para o padrasto deixá-la dormir. A polícia também confirmou que mãe da criança também participava da gravação de alguns vídeos e ela também foi presa.

Vídeos

A polícia divulgou os vídeos da criança sendo torturada pelo padrasto. Em um deles, ela aparece amarrada pelas pernas com fita adesiva. Maurício fala para a menina andar e ri quando ela cai no chão. Em outro vídeo, o empresário grita e assusta a menina, que estava cochilando. Ele também tenta abrir à força os olhos da criança.

Outra gravação mostra a menina dormindo no carro, presa pelo cinto de segurança. Como a cabeça dela balança de um lado para o outro, por causa do movimento do carro, o padrasto brinca falando que a menina ficou com sono após tomar uísque. Desta vez, quem está filmando é a mãe da menina, a jovem Sara de Andrade Ferreira, de 21 anos.

A mãe perdeu a guarda da filha depois que que um laudo da perícia feita no computador e nos celulares do casal mostrou que ela também participava de alguns vídeos.

Scaranello já prestou depoimento duas vezes. Segundo informações da delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher, Luciana Pistori, o padrasto disse, em depoimento, que os vídeos faziam parte de uma brincadeira. “O padrasto disse que era tudo uma brincadeira e em nenhum momento ele queria judiar da criança. Acho que ele tinha consciência das atitudes que tomou", afirmou.

Tapa na testa

A polícia divulgou no dia 2 de outubro mais vídeos da menina gravados pelo padrasto. Em um deles a criança chora pedindo mamadeira, mas o empresário se recusa e diz que só vai dar se ela o chamar de "papai". No outro, o empresário canta uma música e ao final dá um tapa na testa da menina.

A polícia também encontrou no celular do empresário vídeos onde ele impede a criança de dormir e dá cebola à menina dizendo ser maçã.

O laudo do Instituto Médico Legal, divulgado na quarta-feira (1º), apontou que a menina teve lesões causadas por cola de alta adesão. O documento confirma o teor da denúncia que levou à prisão do empresário. Mas, em depoimento à polícia ao ser preso, ele afirmou que a existência de cola na menina era fruto de um "acidente".

O laudo traz informações detalhadas das partes do corpo da menina atingidas pela cola e atesta também que ela não sofreu nenhum tipo de abuso sexual. O resultado foi anexado ao inquérito.

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