Idoso em tratamento de câncer é vítima de injúria racial

Monte Castelo

Idoso afirma ter sido vítima em sorveteria. (Foto: JC Bossolan
Idoso afirma ter sido vítima em sorveteria. (Foto: JC Bossolan

O idoso Roberto Tobias da Silva, 66 anos, operado a dois meses em decorrência de Câncer no rim, foi vítima de injúria racial (discriminação) em uma sorveteria de Monte Castelo, ao se deslocar ao local para tomar água de côco.

 

Segundo informações do Boletim de Ocorrência 745/2013, Roberto teria sido chamado de “preto capeta, negro sem vergonha, você é encapetado, chama a polícia agora, liga, liga, liga”. O suposto responsável pela discriminação seria Isat da Silva, que esteve no local dos fatos de carona em um veículo Vectra. Após sofrer as agressões verbais, o idoso teria retornado para sua casa e sentado em uma cadeira de área quando Isat teria retornado, desta vez de carona em uma moto e voltado a ofender Roberto – “entra para dentro, preto sem vergonha, preto pau no c..., fica esperto, você tem mesmo que entrar dentro”.

 

Segundo informações colhidas (sic) pela reportagem, a motivação do crime seria represália a Roberto, que faz parte do Conselho Municipal de Segurança e teria efetuado algumas reclamações sobre o som auto de veículos em Monte Castelo, previsto na Lei 9605/98 em seu artigo 54 –“ causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana...”, pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. “Morei em São Paulo por 39 anos e nunca passei por situação constrangedora como esta. Estou muito abalado, com vergonha de sair na rua, fui humilhado em público e de frente a minha família. Espero que este episódio não se repita comigo e também não desejo para ninguém sentir na pele essa sensação desumana que passei” – desabafou o idoso.

 

O idoso é casado e sua esposa tem 62 anos. Roberto também tem uma neta que reside em sua casa com 14 anos. O idoso disse ter medo que algo mais grave aconteça com sua família, onde segundo uma testemunha arrolada no B.O., Isat teria falado em alto e bom tom numa “roda de homens” que teria como intenção jogar uma bomba na casa da vítima.

 

A reportagem do jornal O Foco, encaminhou o caso para a Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, que informou através de e-mail que o caso foi encaminhado para a Coordenação de Políticas para a População Negra e Indígena, para análise e providências cabíveis, sob o protocolo nº 002642/2013.A Polícia Civil de Monte Castelo está investigando o caso, através da portaria datada de 16 de julho de 2013, assinado pelo delegado de Polícia Civil Raimundo Farias de Oliveira. O jornal O Foco, obteve informações que a vítima e mais duas testemunhas confirmaram o crime em depoimento. Através de contato com escrivão de Polícia Civil Antonio Cássio Calderan, a reportagem foi informada que todos os envolvidos foram ouvidos e que o delegado deverá analisar se ocorrerá indiciamento ou não do autor pelo suposto crime.

 

Se condenado, Isat da Silva poderá pegar com base no artigo 140 do Código Penal Brasileiro, § 3o , “Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)” - Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997). Isat não foi encontrado pela reportagem para comentar as acusações, porém teria negado em depoimento a Polícia Civil de Monte Castelo que tivesse cometido crime de injúria racial.

 

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